domingo, 17 de novembro de 2013

Oliver Sacks - Livros de Cabeceira

Olá, pessoal! Durante a graduação é normal nós gostarmos ou preferirmos uma área específica, aquela disciplina que não dá trabalho para estudar e que você consegue passar horas e horas lendo. Para mim essa área específica foi a neurologia (neurofuncional, neuropediatria), enfim, é o que eu gosto. Nesse post vou mostrar alguns livros de cabeceira muito bons para quem gosta dessa área.

Um dos principais autores dessa área é o neurologista Oliver Sacks. Vou fazer uma breve síntese de dois livros desse autor.

O primeiro livro é o (The man who mistook his wife for a hat) O homem que confundiu sua mulher com um chapéu, 1985. Esse livro é dividido em 4 partes: Perdas, Excessos, Transportes e O mundo dos Simples. Essas 4 partes destrincham 24 casos clínicos muito interessantes. Entre eles, um caso de um músico com prosopagnosia (agnosia visual) que não consegue distinguir rostos e em uma situação tenta pegar o seu chapéu, mas acaba pegando a cabeça de sua própria esposa e tenta coloca-lo em sua cabeça, sem conseguir perceber que há algo errado. Amnésia retrógrada, heminegligência, autismo e diversos outros relatos muito curiosos são abordados. Vou deixar um pequeno trecho deste Livro:

... - Obviamente umas das enfermeiras com senso de humor macabro entrara furtivamente na sala de dissecação e surrupiara uma perna, depois de viera ao seu quarto e a colocara discretamente debaixo das cobertas, por brincadeira, enquanto ele ainda dormia a sono solto. Ele ficou muito aliviado com a explicação; mas achando que brincadeira tinha limite, ele jogou aquela coisa horrorosa para fora da cama. Mas – e nesse ponto o tom de conversa o abandonou e ele subitamente empalideceu e se pôs a tremer – quanto ele a jogou para fora da cama, de algum modo ele foi junto – e a gora estava grudada nele. Ele agarrou a perna com as duas mãos, com uma violência extraordinária, e tentou arrancá-la de seu corpo; não conseguindo, socou-a em um acesso de raiva.

“Devagar”! , falei. “Tenha calma. Não esmurre a perna desse jeito.”


O segundo livro, como o primeiro, é uma reunião de casos clínicos sensacionais. (An Anthropologist on Mars) Um Antropólogo em Marte, 1995. Esse livro é composto de sete casos clínicos paradoxais de pacientes que se adaptam a condições neurológicas. Autismo, daltonismo adquirido, epilepsia, restauração da visão depois da cegueira congênita, são alguns dos casos abordados. Vou fazer um breve apanhado de 2 desses 7 casos.

O caso do pintor daltônico: Imagine você sendo pintor bem sucedido, e lógico, utilizando várias cores para realizar suas obras e em um dia fatídico você não consegue distinguir as cores e nem imagina-las, vendo tudo em preto e branco, o que você faria? Esse é o caso do pinto daltônico, que aos 65 anos, após sofrer acidente de carro teve uma concussão que o deixou incapaz de distinguir as cores e apenas enxergar tudo em preto e branco. O paciente em questão adaptou sua forma de fazer arte e ver o mundo em virtude de sua deficiência.
Ver e não ver: Um homem de 50 anos que é cego desde sua infância, faz uma cirurgia e volta a enxergar! O que poderia ser algo sensacional se transforma em uma espécie de martilho, pois o paciente se encontra na situação de ter que reaprender tudo como uma pessoa que enxerga. Trecho: .. – Mas ele dizia que, em geral,  caminhas era “assustador” e “confuso” sem o tato, de sua bengala,  com suas noções incertas e instáveis sobre o espaço e a distância. Por vezes, as superfícies e objetos pareciam avultar-se, estar em cima dele, quando na realidade continuavam a uma grande distância; por outras confundia-se com a própria sombra (todo o conceito de sombras, de objetos bloqueando a luz, era enigmático para ele) e parava, ou dava uma passo em falso, ou tentava passar por cima dela. Degraus, em particular, apresentavam um risco especial, porque tudo o que podia ver era uma confusão, uma superfície plana, de linhas paralelas ou entrecruzadas; não conseguia vê-los (embora os conhecesse) como objetos sólidos indo para cima ou para baixo num espaço tridimensional.

Outros livros como Tempo de Despertar e Vendo Vozes também são sensacionais. O mais recente livro do autor é o (Hallucinations) Alucinações, 2012, que parece ser fantástico. Ainda não comprei, mas pretendo fazê-lo em breve. 



Referências:

1 – OLIVER S. O Homem que Confundiu sua Mulher com um Chapéu. Ed Companhia das Letras, São Paulo, 2000.

2 – OLIVER S. Um Antropólogo em Marte. Ed Companhia das Letras, São Paulo, 2006.

3 -  Oliver Sacks’s Blog http://www.oliversacks.com/



Autor: André Meireles

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Etimologia em Saúde - De onde vem essa palavra?!

Olá, pessoal!

Nesse post vou falar um pouco da etimologia de alguns termos usados na saúde e na biologia. Nomes de estruturas anatômicas, doenças e entre outros. Creio que em qualquer disciplina ou assunto, quando temos ou sabemos o conceito histórico daquele ponto fica bem mais fácil fixar e consolidar o entendimento.

Lobo Temporal: O nome temporal é derivado da palavra tempo. E neste caso a relação que foi feita é que as regiões laterais de nossa cabeça (têmporas) são um dos primeiros lugares a aparecer cabelos brancos.

Tabaqueira Anatômica: Ao realizar o movimento de abdução e extensão do polegar aparece uma concavidade triangular entre o tendão do m. extensor longo do polegar e os tendões dos músculos extensor curto e abdutor longo do polegar.  Essa depressão anatômica era usada  antigamente pelos

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Conceito Neuroevolutivo Bobath

Olá, pessoal! Nesse post vou falar um pouquinho do Conceito Neuroevolutivo Bobath. Em um futuro segundo post vou trazer evidências do Bobath discutindo alguns artigos científicos.

Na década de 40, os alemães Berta Bobath (fisioterapeuta) e o seu esposo Karl Bobath (neuropediatra) desenvolveram um conceito que é utilizado até hoje no tratamento de crianças com paralisia cerebral e em algumas desordens neurológicas.  Juntos esse casal viajou todo o mundo a fim de ensinar e deflagrar a técnica criada. Eles receberam diversos prêmios e honras pelo seu trabalho inédito e inovador. Faleceram no ano de 1991 (BOBATH CENTRE, 2013).


O conceito do tratamento neuroevolutivo bobath é baseado no reconhecimento da importância de dois fatores:

sábado, 27 de julho de 2013

Tay-Sachs: Um Relato de Caso

Tay-Sachs é uma doença hereditária causada por uma mutação de um gene. Os indivíduos que apresentam este gene defeituoso não apresentam uma enzima importante, designada por hexosaminidasa A (HEXA), que combate a formação de um tipo de gordura chamada gangliosídeo GM2. Como resultado, a gordura se acumula no cérebro e, eventualmente, causa dano as células nervosas

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Diário de uma Fisioterapia Residente (2)


Como havia esclarecido, residência é uma modalidade de ensino, e por este motivo não apresenta apenas carga horária prática. Os Programas de Residência Multiprofissional em Saúde e em Área Profissional da Saúde devem ser desenvolvidos com 80% da carga horária total sob a forma de atividades práticas e com 20% sob forma de atividades teóricas ou teórico-práticas.

Os Programas de Residência Médica não diferem muito, pois são desenvolvidos com 80 a 90% da carga horária, sob a forma de treinamento em serviço, destinando-se 10 a 20% para atividades

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Dor: Nosso Quinto Sinal Vital

A dor é a mais universal e antiga forma de alerta do corpo humano e afeta em média 40 milhões de brasileiros. De acordo com a Associação Internacional para Estudos da Dor (IASP), é definida como "uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais lesões". É algo totalmente subjetivo e pessoal. Alguns profissionais da área da saúde afirmam que a dor é o nosso quinto sinal vital. Bem, com absoluta

domingo, 7 de julho de 2013

Roupas (Compressivas)

Que roupas e acessórios em geral sempre foram alvo de grande consumo por todas os gêneros e classes, isso ninguém tem dúvidas, mas que elas agora fazem parte de um planejamento quando se pensa em praticar atividade física e melhorar o desempenho e sua recuperação muscular isso é novidade!!!
Comecei a perceber nas ruas, academias e em grandes eventos esportivos o uso, mais comum entre corredores e atletas de outros esportes, de meias, polainas, bermudas, leggings e até camisetas de compressão. Esse tipo de acessório teve sua grande vitrine em 2003, na Maratona de Londres, quando a maratonista inglesa Paula Radcliffe bateu o