quarta-feira, 29 de maio de 2013

Diário de Uma Fisioterapeuta Residente

Quantos de nós já ouvimos falar em “residência”, seja ela médica ou em outras áreas de saúde? Acredito que uma grande parte! Porém, muitas vezes não entendemos como acontece o seu funcionamento, não é mesmo? Hoje tentarei esclarecer alguns questionamentos diante deste contexto, dentro da minha iniciante experiência.

A Residência, por definição, é uma modalidade de ensino em nível de pós-graduação lato sensu, que se caracteriza como treinamento em serviço sob supervisão de profissionais habilitados. 

Existem vários programas de residência, entre eles estão a residência médica, a multiprofissional e em área profissional da saúde. Estas possuem algumas diferenças quanto à composição, pois enquanto a residência médica é composta apenas por profissionais formados em medicina, a multiprofissional deve

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Todos Somos (d)Eficientes?

Semana passada fui ao banco no qual tenho conta corrente fazer um saque e me deparei com uma situação que tomou minha atenção: filas enormes estagnadas enquanto a fila preferencial estava vazia. Olhei a placa que dizia: idosos, gestantes, mulheres com crianças de colo e pessoas com deficiência. Impossível é ler este termo (deficiente/deficiência) e não me lembrar de meus pacientes, especialmente os paratletas atendidos durante um projeto de extensão da faculdade. Todos odiavam o termo. E posso até imaginar o motivo.

De acordo com o Dicionário Compacto da Língua Portuguesa (1993), deficiência significa falha; insuficiência; falta, e deficiente é o mesmo que falho; incompleto. Busquei de propósito um dicionário antigo para ver se esse conceito mudou ao longo dos anos. O que me surpreendeu é que, segundo a literatura mais recente, o significado é praticamente o mesmo, embora, talvez, a concepção tenha

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Neurônios Espelho – Das Implicações Teóricas à Clínica


Bem, essa é a primeira de 3 postagens introdutórias sobre neurônios espelho, espero que gostem.

Os neurônios espelho foram descritos pela primeira vez em 1996 por Rizzolatti e cols. Foram denominados neurônios espelho uma das duas classes de neurônios visuomotores situados na área pré-motora (F5) de macacos Rehsus. Esses pesquisadores demonstraram que tais neurônios da área F5, que eram ativados quando o animal fazia um movimento com uma finalidade específica como (pegar uvas passa), também eram ativados quando o animal observava um outro indivíduo (macaco ou ser humano) realizando a mesma tarefa.

Diversos estudos de neuroimagem, entre eles, o de Buccino e colaboradores em 2004 e o de Fadiga, Craighero e Olivier em 2005 observaram ação semelhante à encontrada nos macacos em seres humanos, sugerindo a presença de um Sistema de Neurônios Espelho (SNE) nas áreas corticais fronto-parietais. Nos seres humanos, alguns estudos utilizando PET e fmir, observaram que o SNE está localizado em diversas áreas corticais fronto-parietais, como também a área de Broca; o que pode sugerir que os neurônios espelho podem ter

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Bandagem Funcional, Modismo ou Ciência?


Para introduzir nosso debate de hoje, começo este texto com um pensamento: quanto mais modismos você segue, menos inteligente você fica! Discordo. Não só porque gosto de contrariar algumas teorias, mas simplesmente não dá pra engolir tudo. Digo isso porque certa vez ouvi de um professor durante a graduação que bandagens eram puro modismo. Ouvi e disse baixinho, “vou provar a mim que isso não é modismo”. Depois disso fiquei viciado nelas. Li, aprendi, testei e aprimorei a técnica em mim. Deu certo. E não me considero burro por ter seguido um “modismo”, isso é sempre válido quando buscamos entender o que há por trás. Afinal, toda moda tem um conceito, e é disso que vamos falar.
Essa técnica é considerada milenar porque desde a Grécia antiga os arqueiros usavam fitas para estabilizar o punho durante a tarefa de lançar as flechas, e depois disso, os espartanos fizeram uso no tornozelo. Mas só não vale chamar a mumificação de bandagem, ok? Isso porque o principal objetivo da técnica é promover a função do segmento sem limitações, sobrecargas ou instabilidades. Atualmente existem 3 tipos de técnicas: as que possuem efeitos sobre a dor, as de efeitos sobre a estrutura e as que possuem efeito de auxiliar a microcirculação.

Fig. 2 Bandagem Funcional nos Saltos Ornamentais

As bandagens aplicadas com objetivo de diminuir a dor na função seguem a teoria de concorrência de estímulos neurosensitivos (Teoria da Comporta da Dor), que é justificada pela excitação excessiva da via da dor induzindo um aumento dos sinais analgésicos a nível talâmico, reduzindo assim a intensidade percebida da dor. As estruturais são aplicadas de tal modo que podem contribuir na melhora postural a partir da tensão que a banda aplica sobre a estrutura desejada. Já as microcirculatórias quando tensionadas e aplicadas no sentindo do caminho linfático, provocam uma diferença de pressão e tensão na rede