sábado, 8 de junho de 2013

Pesquisa Científica – Algumas Definições, Explicações e Pontos de Vista

Bem, tenho que ser sincero ao dizer que até o terceiro ano de faculdade eu não sabia a diferença, por exemplo, entre a pesquisa básica e aplicada, aliás, eu não fazia ideia do que era pesquisa básica e conhecia muito pouco da pesquisa científica em si. Então, nesse post vou definir e explicar algumas coisas relacionadas à pesquisa.

Dentre diversas definições do o que é a pesquisa achei essa mais interessante: “Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos” (Andrade, 2001).  Em minha opinião, a pesquisa científica além de proporcionar a elucidação de algumas perguntas e hipóteses também nos deixa mais curiosos sobre o que nós fazemos em nossa prática clínica, por exemplo. Não poderia fugir desse ponto. Sou fisioterapeuta e sei que em minha profissão
há várias técnicas e tratamentos que ainda não foram bem elucidadas em suas teorias e evidências, por isso nos cabe pesquisar e encontrar respostas com o objetivo de fortalecer nossa ciência.

Então, como faremos isso? Como provar que o pilates, RPG, bandagem funcional, o ultrassom, entre outros métodos e técnicas, são eficazes para alguma doença específica ou para a reabilitação ou prevenção de algum grupo de enfermidades?

É difícil. Quando você vai procurar algum desses temas em bases de dados (SciELO, LILACS, BIREME, PEDro, PubMed, Cochrane). Você acha vários artigos, um dos problemas é que a maior parte desses artigos tratam de pesquisa aplicada, nesse caso pesquisa clínica onde se objetiva resultados práticos visando resolver problemas ou necessidades concretas e imediatas; a pesquisa clínica é importantíssima porém é necessário o fortalecimento das bases teóricas e mecanismos biológicos, o que pode ser obtido previamente com pesquisas básicas. Em outras palavras esses artigos de pesquisa aplicada são em sua maioria com seres humanos e não visam muito à teoria (o porquê) a fim de comprovar a técnica e sim observar se a técnica em si teve resultado em determinada patologia ou grupo; outro agravante é que geralmente os métodos são falhos, sem cálculo amostral, um número de amostra muito pequeno, não randomização de amostra.. O que dificulta a valorização desse conteúdo. A fisioterapia teve um crescimento absurdo desde sua normatização no Brasil até o presente momento, entretanto são necessárias pesquisas básicas a fim de se sair, muitas vezes do empirismo ou achismo de algumas técnicas e procedimentos. Pesquisa básica pode ser definida como aquela que acumula conhecimentos e informações que podem eventualmente levar a resultados acadêmicos ou aplicados importantes, mas sem fazê-lo diretamente (Simon Schwartzman, 1979). Assim, a pesquisa básica pode ser caracterizada pela busca de conhecimentos básicos para gerar hipóteses ou esclarecer ideias inicias, sendo responsável direto pelo desenvolvimento científico e indireto do desenvolvimento industrial através dos resultados destas em pesquisas aplicadas. Um exemplo de pesquisa básica é aquela realizada com animais, que possibilita observar alguns aspectos que não poderiam ser observados em humanos por razões óbvias, como o tecido cerebral após determinado tratamento.

No Brasil nós temos dois grandes órgãos que incentivam a pesquisa que são o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Esses dois órgãos visam incentivar a pesquisa no Brasil oferecendo bolsas para Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado, Bolsas para estudar e desenvolver pesquisas em outros países, prêmios anuais que incentivam a pesquisa, inovação científica e tecnologia.

A fisioterapia está carente de bons pesquisadores que queiram entender um pouco mais sobre o que é usado em sua profissão. Creio que iremos melhorar muito, mas não podemos relaxar. Se quisermos tratamento igualitário temos que mostrar e provar que sabemos o que estamos fazendo, e isso, só se consegue através de estudo e pesquisa.


Referências:

1 - ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2001.

2 - SCHWARTZMAN, Simon. Bases do autoritarismo brasileiro. Contribuições em ciências sociais. 10 ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1982.



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