Bem, tenho que ser sincero
ao dizer que até o terceiro ano de faculdade eu não sabia a diferença, por
exemplo, entre a pesquisa básica e aplicada, aliás, eu não fazia ideia do que era
pesquisa básica e conhecia muito pouco da pesquisa científica em si. Então,
nesse post vou definir e explicar algumas coisas relacionadas à pesquisa.
Dentre diversas definições
do o que é a pesquisa achei essa
mais interessante: “Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos
sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar
soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos”
(Andrade, 2001). Em minha opinião, a
pesquisa científica além de proporcionar a elucidação de algumas perguntas e
hipóteses também nos deixa mais curiosos sobre o que nós fazemos em nossa
prática clínica, por exemplo. Não poderia fugir desse ponto. Sou fisioterapeuta
e sei que em minha profissão
há várias técnicas e tratamentos que ainda não foram bem elucidadas em suas teorias e evidências, por isso nos cabe pesquisar e encontrar respostas com o objetivo de fortalecer nossa ciência.
Então, como faremos isso? Como provar que o pilates, RPG, bandagem funcional, o ultrassom, entre outros métodos e técnicas, são eficazes para alguma doença específica ou para a reabilitação ou prevenção de algum grupo de enfermidades?
há várias técnicas e tratamentos que ainda não foram bem elucidadas em suas teorias e evidências, por isso nos cabe pesquisar e encontrar respostas com o objetivo de fortalecer nossa ciência.
Então, como faremos isso? Como provar que o pilates, RPG, bandagem funcional, o ultrassom, entre outros métodos e técnicas, são eficazes para alguma doença específica ou para a reabilitação ou prevenção de algum grupo de enfermidades?
É difícil. Quando você vai
procurar algum desses temas em bases de
dados (SciELO, LILACS, BIREME, PEDro, PubMed, Cochrane). Você acha vários
artigos, um dos problemas é que a maior parte desses artigos tratam de pesquisa aplicada, nesse caso pesquisa clínica onde se objetiva
resultados práticos visando resolver problemas ou necessidades concretas e
imediatas; a pesquisa clínica é importantíssima porém é necessário o
fortalecimento das bases teóricas e mecanismos biológicos, o que pode ser
obtido previamente com pesquisas básicas. Em outras palavras esses artigos de
pesquisa aplicada são em sua maioria com seres humanos e não visam muito à
teoria (o porquê) a fim de comprovar a técnica e sim observar se a técnica em
si teve resultado em determinada patologia ou grupo; outro agravante é que
geralmente os métodos são falhos, sem cálculo amostral, um número de amostra
muito pequeno, não randomização de amostra.. O que dificulta a valorização
desse conteúdo. A fisioterapia teve um crescimento absurdo desde sua normatização
no Brasil até o presente momento, entretanto são necessárias pesquisas básicas a fim de se sair,
muitas vezes do empirismo ou achismo de algumas técnicas e procedimentos.
Pesquisa básica pode ser definida como aquela que acumula conhecimentos e
informações que podem eventualmente levar a resultados acadêmicos ou aplicados
importantes, mas sem fazê-lo diretamente (Simon Schwartzman, 1979). Assim, a
pesquisa básica pode ser caracterizada pela busca de conhecimentos básicos para
gerar hipóteses ou esclarecer ideias inicias, sendo responsável direto pelo desenvolvimento
científico e indireto do desenvolvimento industrial através dos resultados
destas em pesquisas aplicadas. Um exemplo de pesquisa básica é aquela realizada
com animais, que possibilita observar alguns aspectos que não poderiam ser
observados em humanos por razões óbvias, como o tecido cerebral após determinado
tratamento.
No Brasil nós temos dois
grandes órgãos que incentivam a pesquisa que são o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)
e a CAPES (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Esses dois órgãos visam
incentivar a pesquisa no Brasil oferecendo bolsas para Iniciação Científica,
Mestrado e Doutorado, Bolsas para estudar e desenvolver pesquisas em outros
países, prêmios anuais que incentivam a pesquisa, inovação científica e
tecnologia.
A fisioterapia está carente
de bons pesquisadores que queiram entender um pouco mais sobre o que é usado em
sua profissão. Creio que iremos melhorar muito, mas não podemos relaxar. Se
quisermos tratamento igualitário temos que mostrar e provar que sabemos o que
estamos fazendo, e isso, só se consegue através de estudo e pesquisa.
Referências:
1 - ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de
trabalhos na graduação. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2001.
2 - SCHWARTZMAN,
Simon. Bases do autoritarismo brasileiro. Contribuições
em ciências sociais. 10 ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1982.
4 - http://www.capes.gov.br/
Autor: André Meireles
Autor: André Meireles
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