quarta-feira, 17 de julho de 2013

Dor: Nosso Quinto Sinal Vital

A dor é a mais universal e antiga forma de alerta do corpo humano e afeta em média 40 milhões de brasileiros. De acordo com a Associação Internacional para Estudos da Dor (IASP), é definida como "uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano real ou potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tais lesões". É algo totalmente subjetivo e pessoal. Alguns profissionais da área da saúde afirmam que a dor é o nosso quinto sinal vital. Bem, com absoluta
certeza, é o único que sempre torcemos para que pare logo.

Segundo a IASP, a dor para ser considerada crônica deve apresentar duração igual ou superior a seis meses, seja ela de caráter contínuo ou recorrente. No entanto, o termo “crônico” pode soar de forma vaga. De acordo com Andrea Portoni, psicóloga coordenadora do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, “a dor pode durar muito tempo, o que não quer dizer que não possa ser atenuada ou mesmo cessar. É importante que essa denominação não seja encarada como uma sentença.”

No nosso país, quase 64 milhões de indivíduos sofrem com dores de cabeça constantes, segundo dados de pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina. As dores na coluna afetam em torno de 36% dos adultos brasileiros, conforme pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). As queixas mais frequentes nos hospitais e consultórios são dores de cabeça e nas costas.

A fisioterapia utiliza de inúmeros métodos para alívio da dor, que vão desde aplicação de aparelhos eletrotermofototerápicos até técnicas holísticas e apresenta bons resultados. Pacientes com fibromialgia relatam que a fisioterapia lhes deu uma nova perspectiva de vida, como aponta matéria da Scientific American. 2,5% da população mundial sofre dessa patologia, muitas vezes negligenciada pelos profissionais de saúde e, geralmente, pacientes fibromiálgicos apresentam fatores emocionais que podem ser o bastante para desencadear as crises.

É de extrema importância que o tratamento da dor seja multi e, principalmente, interdisciplinar. As expectativas do paciente têm grande influencia sobre o sucesso do tratamento, um bom exemplo é de estudo realizado na Universidade de Turim, na Itália, que investigou a influência de pseudotratamentos por meio de um teste de dor em 229 voluntários. No grupo experimental, o efeito placebo foi induzido apenas por expectativas. O pesquisador dizia aos voluntários: “Você será exposto agora a um forte medicamento para minimizar a dor” e em seguida lhes aplicava uma solução salina. Nos testes que se seguiam, os voluntários deste grupo sentiram menos dor que o grupo que não recebeu o estímulo verbal.


A presença de dor crônica, independente da doença de base, é limitante, afeta a qualidade de vida e atividades de vida diárias das pessoas que dela sofrem. Várias são as técnicas utilizadas para amenizar o quadro, e como já imaginávamos, a fisioterapia está dentre as mais citadas.  É de extrema importância que os profissionais da atenção primária em saúde estejam capacitados para identificar, notificar, implementar e avaliar métodos de combate e controle da dor crônica. Tão importante quanto o que já foi citado é que os gerentes e gestores de saúde facilitem o acesso à fisioterapia, acupuntura, dentre outras técnicas garantidas pelo SUS para controle da dor.


Referências:

1 - Alves Neto, O. (organizador) Dor: princípios e práticas. Artmed, 2009.

2 - Pacheco-Lopez, G. Expectations and associations that heal: immunomodulatory placebo effects and  its neurobiology. Brain, behavior and Immunity, n. 20, 2006

3 - Pimenta CAM, Teixeira MJ. Dor no idoso. In: Duarte YAO, Diogo MJE. Atendimento domiciliar um enfoque gerontológico. São Paulo: Atheneu; 2000. p.373-87.

4 - Ribeiro, FT. Novidades no Combate à Dor. Scientifc American. Edição Especial, n. 38, 2013.


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