quarta-feira, 8 de maio de 2013

Bandagem Funcional, Modismo ou Ciência?


Para introduzir nosso debate de hoje, começo este texto com um pensamento: quanto mais modismos você segue, menos inteligente você fica! Discordo. Não só porque gosto de contrariar algumas teorias, mas simplesmente não dá pra engolir tudo. Digo isso porque certa vez ouvi de um professor durante a graduação que bandagens eram puro modismo. Ouvi e disse baixinho, “vou provar a mim que isso não é modismo”. Depois disso fiquei viciado nelas. Li, aprendi, testei e aprimorei a técnica em mim. Deu certo. E não me considero burro por ter seguido um “modismo”, isso é sempre válido quando buscamos entender o que há por trás. Afinal, toda moda tem um conceito, e é disso que vamos falar.
Essa técnica é considerada milenar porque desde a Grécia antiga os arqueiros usavam fitas para estabilizar o punho durante a tarefa de lançar as flechas, e depois disso, os espartanos fizeram uso no tornozelo. Mas só não vale chamar a mumificação de bandagem, ok? Isso porque o principal objetivo da técnica é promover a função do segmento sem limitações, sobrecargas ou instabilidades. Atualmente existem 3 tipos de técnicas: as que possuem efeitos sobre a dor, as de efeitos sobre a estrutura e as que possuem efeito de auxiliar a microcirculação.

Fig. 2 Bandagem Funcional nos Saltos Ornamentais

As bandagens aplicadas com objetivo de diminuir a dor na função seguem a teoria de concorrência de estímulos neurosensitivos (Teoria da Comporta da Dor), que é justificada pela excitação excessiva da via da dor induzindo um aumento dos sinais analgésicos a nível talâmico, reduzindo assim a intensidade percebida da dor. As estruturais são aplicadas de tal modo que podem contribuir na melhora postural a partir da tensão que a banda aplica sobre a estrutura desejada. Já as microcirculatórias quando tensionadas e aplicadas no sentindo do caminho linfático, provocam uma diferença de pressão e tensão na rede
linfática superficial ajudando a drenagem do líquido. Elas ainda são aplicadas com materiais rígidos, aqueles esparadrapos comuns que são usados em hospitais, assim chamamos de esparadrapagem, ou ainda de material flexível, as conhecidas Kinesio, Banda ou Tape.

As bandagens flexíveis funcionam no padrão termostato, ou seja, aderem
a pele pelo calor. Essas duram em média 3 dias e podem ser molhadas

O uso tem sido estudado em quase todas as áreas da fisioterapia, sendo 90% das publicações feitas na área de Osteomuscular, 5% em Neuro e os outros 5% em Lindefema. O joelho é a estrutura mais pesquisada. E já foi comprovado que a aplicação da técnica de forma objetiva e correta pode diminuir os níveis de dor, melhorar a propriocepção, otimizar a contração do músculo vasto medial e permite um alinhamento da patela. Outros achados em outras estruturas são comentadas aqui (http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1692-72732012000200009).
Fig. 1 Pós aplicação de bandagem microcricualtória
Mas para que os resultados sejam alcançados é preciso, claro, que o aplicador além de minucioso com a escolha do tipo de bandagem, seja cuidadoso com a anatomia, biomecânica, fisiologia e bom senso.
Depois de conhecer os resultados de técnica você concorda com a frase do começo desse texto, ou acredita que um modismo bem elaborado pode incentivar a pesquisa e a inteligência?
E se quiserem explorar esse universo, vocês podem usar as palavras-chaves como, contention souples, functional bandages, taping, strapping, ligaduras funcionais ou Kinesio.

Até a próxima!





Um comentário:

  1. Acredito que a bandagem funciona mesmo, é claro q os embasamentos científicos comprovam os resultados.

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